sábado, agosto 26, 2006

contagem decrescente


Daqui a nada estou nas Pedras Rubras a caminho de Moçambique. Programa de viagem: Inhambane via Maputo, com paragem em toda as praias, do Xaixai ao Tofo.

Talvez tenha tempo para contemplar uma visita ao Krugger Park e ao festival de Marimbas de Zavala.

Não dispensável: caril rosa de caju e pão de sura; goiaba doce e achar de manga; pôr do Sol na Ponte de Cais. (com um bocado de sorte, uma incusão às ateiras da casa do bispo de Inhambane...)

Vou levar o moleskine, claro, para notas e esboços; vários blocos de papel de aguarela e várias Cotman's Sketchers' Pocket Box.

A máquina fotográfica; calções, fato de banho, chinelas, óculos escuros e panamá; repelente para insectos e MP3.

segunda-feira, agosto 21, 2006

for once in my life

Na voz da Vonda Sheppard:

FOR ONCE IN MY LIFE

For once in my life
I have someone who needs me
Someone I needed so long
For once unafraid I can go
where life leads me
And somehow I know I’ll be strong
For once I can touch
What my heart used to dream of
Long before I knew
Ooh, ooh, ooh, someone like you
Would ever dream of makin’ my dreams come true
For once in my life
I won’t let sorrow hurt me
Not like it’s hurt me before, oh
For once I have something
I know won't desert me
‘Cause I’m not alone anymore
For once I can say
This is mine, you can’t take it
Long as I know I’ve got love I can make it
For once in my life
I’ve got that someone who needs me
Mmm...hmm...hmm...
For once I can say
This is sho’ nuff mine, you can’t take it
Long as I know I’ve got love
I can make it
For once in my life
I’ve got that someone who needs me
Oh, yes, she does
I’ve got that someone who needs me
She told me this mornin’ that she needed me
Mmm...mmm...I believe

sábado, agosto 12, 2006

Cá estamos de novo


há uns tempos desloquei-me daqui, fui dar uma volta, por causa dessa mania que o blogspot tem de mandar os comentários para o espaço. vou experimentar mais uma vez mas, se continuam, mando-os eu para o espaço. esta coisa dos blogues é muito viciante, uma espécie de febre parasita que se instala e não nos permite outro tipo de raciocínio que os dos posts. rendo-me, claro, porque isto parece que me está na massa do sangue. vamos ver o que dá.

sexta-feira, março 19, 2004

Em mudanças

Estou em mudanças, para um bloguinho de mais simples operação. Se quiserem seguir-me, estou no http://manchinha.blogs.sapo.pt. E gostava de adicionar o endereço dos vossos super interessantes blogues à minha página. Por isso, em querendo, façam o favor. Até já.

Manchinha (moi) http://manchinha.blogs.sapo.pt

sexta-feira, março 05, 2004

Há villas que não são nada boas

Dar às de vila diogo, vilas ou vilões, violões, violações, adopções - é tudo uma questão de opções, pelo menos para alguns vilões e para algumas vilas menos boas.
Convenhamos, nascer numa família de poucas posses, diminuído mental, raquítico ou com qualquer outro defeitosinho menos próprio não é propriamente uma opção. Por que será, então, que nascer senhor ou senhora de uma orientação sexual diferente da socialmente estabelecida, tem de ser uma opção?
Não o sendo para muitos, é-o no entanto para quem, em altos cargos públicos... Corrijam-me se me engano, mas alio sempre esses cargos públicos a uma noção de serviço que parece manifestamente ultrapassada, não fora serem esses mesmos cargos também pagos pelo erário público daqueles sobre quem caem os juízos menos acisados de quem ocupa os ditos.
A um tal Luís me apetece dizer que opção não é viver uma orientação sexual diferente, mas baixar os olhos e não reivindicar uma cidadania de pleno direito por medo de retaliações maiores de luízes menos iluminados que entendem prestar um serviço menor àqueles que também contribuem para pagar as suas contas de electricidade, água e gás ao fim do mês.
Opção é não ser um arrogante detentor da verdade única em cargos que exigem, sobretudo, bom senso, noção dos direitos fundamentais de qualquer ser humano e respeito por todo e qualquer cidadão.
Opção é não fazer aos outros o que não gostaríamos que a nós nos fizessem.
Opção é não abusar de um cargo para debitar irresponsabilidades.
Opção é pintar a cara de preto por ser tão incompreensivelmente inconsciente a ponto de reclamar aleivosias que tão profundo impacte têm sobre pessoas que não escolheram ser o que são e o são, apenas, não devendo por isso envergonhar-se ou achar-se com menos direitos que os outros.
Opção é respeitar as crianças que já vivem e sempre viverão com os seus pais e mães de orientação sexual diversa e que tanto se esforçam, como pais, para o melhor proporcionar aos seus filhos.
Opção é não acicatar a opinião pública com estigmas que tanto pesam sobre essas crianças, que não precisam de ser lembradas, por mais um vilão, que a sua aceitação depende do silêncio que consigam manter sobre a condição dos seus pais e mães.
Opção é não esquecer os filhos de pais e mães de orientação sexual aceite, que sofrem toda a espécie de agressões e violentações psicológicas e físicas durante o seu crescimento e, apesar da nula atenção que merecem aos luízes e outras eminências pardas e autoridades pseudo-zeladoras dos direitos das crianças, sobrevivem como adultos saudáveis, equilibrados e dignos.
Opção é reconhecer que determinados indivíduos têm toda a capacidade para cuidar e educar crianças felizes, independentemente da sua orientação sexual.
Opção é pegar no papel e no lápis e fazer, em público, as contas de quanto recebem determinadas instituições por criança que abrigam e relacionar esses números com a capacidade que as mesmas instituições têm para sobreviver e manter postos de trabalho.
Opção é discutir em público em que medida é que a 'renda' dessas instituições por criança acolhida influi directamente na decisão não permitir que haja 'demasiadas adopções' para garantir a sobrevivência das ditas instituições.
Opção é a decisão de manter o silêncio neste e noutros casos, tomada pelos responsáveis públicos, Governo, deputados e Presidente da República, quando uma questão destas vem a público.
Opção é perpetuar a vilania, a estupidez, a visão mesquinha, o atropelo de direitos, a sobranceria e a falta de princípios pessoais e colectivos.
Opção é atropelar os outros porque são menos, porque estão débeis ou porque têm medo.
Opção é ser luís sem luz, uligão em cargo político e praticar o analfabetismo primário numa posição que exige, senão um super-homem, pelo menos um sensato homem.
A propósito, num país em que os papás heteros são, na generalidade, socialmente incapazes - uma vez que não se exige deles a partilha efectiva de simples tarefas diárias como cuidar dos filhos, cozinhar, lavar a roupa, passar a ferro ou limpar o ranho e o rabiosque das crianças - por que raio de injustiça divina teremos um luís na presidência de uma comissão de adopção?

Oooops! Lá se foram os comentários...

pois, lá se foram mesmo...
por isso, se quiserem, mandem-mos por mail, que eu trato de os publicar.

domingo, janeiro 18, 2004

Tudo sobre balanças

Prometi a alguém um post sobre balanças e aqui vai.
Antes de me atirar a esses adoráveis mecanismos indiciadores de culpa para quem se submte à tirania do folião Júpiter (o implacável deus da sorte e do aumento da cintura), first things first, como dizem os outros, e já vão perceber porquê...
A receita do pudim de natal deixada nesta página por uma simpática comentadora foi o início de uma digressão ruinosa nas últimas duas semanas do ano passado que, graças ao generoso deus acima mencionado, se arrastou até hoje.
É que o malfadado pudim levou a três dias de judiciosa preparação de bacalhau, esfiado (peçam-me a receita, que é imperdível), canja, rabanadas, sonhos de abóbora, empanadilhas, bolo e mousse de chocolate, bolo Vicente, pão de ló (este é o melhor do mundo, garanto-vos), frutos secos, bolo-rei e outras miudezas de tremendo valor calórico que, graças às animadas conversas em família, se foram degustando até às cinco e seis da manhã, regadas com generosas porções de vinho tinto, verde, champanhe, chá e café.
Boxing day chegado (este é o dia 26, que os ingleses gastam a abrir as prendas das boxes que se acumulam no sapatinho, meia ou árvore de natal), a salvação consistia em ir até Lisboa e gastar as calorias em enérgicos passeios pela lusa metrópole.
Eis senão quando, antes da partida, surge um último convite para 'comer qualquer coisinha' e seguir viagem 'mais confortada'. Descodificação: quarto round de esfiado, bacalhau e guloseimas de natal - afinal, há que dizimar os restos...
Escusado será dizer que a viagem, já a altas horas da noite, se fez em grande tranquilidade e na companhia de mais sonhos de abóbora, filhós e empanadilhas, fatias de bolo que até metiam dó de apertadas que iam nos tupperware.
A primeira paragem, em casa de família, deu origem a uma calorosa troca de cumprimentos e de iguarias: já provaste as minhas empanadilhas? estes sonhos foram feitos pela tua neta... não querem uma fatiazinha de peru? vai lá buscar o recheio que isso assim não tem graça nenhuma! o teu bolo ficou mais fofo que o meu... estes doces de leite e coco foram feitos pelo teu sobrinho. olha, vê lá como ficaram os mexidos...
Pelas duas e meia da manhã a única salvação seria um cross das Amendoeiras entre Cascais e Carcavelos, que não chegou a fazer-se por coma técnico dos candidatos a atletas - a soma de horas de sono dos últimos cinco dias pouco ultrapassava 600 minutos.
Os dias seguintes, planeados como uma tranquila estada entre a cama, os passeios à beira-mar e a visita de algumas jóias da capital, rapidamente se reformularam em jantar em família-italiano à lapa-ceia francesa-jantar de fim de ano-jornada gastronómica alentejana-sabores indianos-jantar íntimo com uma dúzia de esmerados pantagruéis.
Depois desta visita de gourmets ao Sul, o regresso às terras nortenhas significava, em princípio, o retorno à frugalidade. Ingenuidade da minha parte...
Nestas coisas há que contar com 'qualquer coisinha preparada à pressa' para receber os viajantes extenuados, o jantar das janeiras, parcimoniosamente dividido em três partes (família - partes I e II, amigos - partes I e II, e digressões domésticas de trocas tardias de presentes - partes I, II, III e IV).
Last, but not least, um jantar de aniversário com diversas provas a prestar: a dos salgados, a dos doces e... ai, paro por aqui!
A partir de amanhã estou em re-hab. Dois litros de chá de seiva por dia até dissolver as barreiras anatómicas que se interpõem entre mim e a roupa criteriosamente escolhida há dez quilos atrás.
E agora entramos na parte das balanças.
Enfrento penosas decisões:
Devo subir para o engenho todos os dias de manhã e chorar de desespero, ou beber os meus dois litros durante oito dias e roer as unhas até me decidir a enfrentar de novo o veredicto dessa malfadada medidora de infâmias?
Devo acordar mal disposta e manter-me azeda e mal-humorada, ou começar a ter visões zen e sorrir beatificamente sempre que alguém passar por mim com uma taça de flocos embrulhados em iogurte?
Devo trancar-me no quarto e submergir ao fim de oito dias, ou arriscar enérgicos passeios à beira-mar para afastar os maus espíritos que acodem aos deprivados de ingestão de sólidos?
E por que balança optar: a electrónica, que só anuncia pulos de meio quilo para a frente e para trás, a velhota, que oscila mais quilo menos quilo e me deixa arrasada de dúvidas, ou a do médico, que me irrita, muito decididamente, porque tem obviamente dois quilos a mais do que qualquer outra?
Para que é que eu prometi um post sobre balanças? Por que é que o hipertiroidismo não nos dá nas festas? Por que é que o Governo não atribui um subsídio de compensação para quem passa a vida a pôr e a tirar umas arrobas de cima, deductível nos impostos e isenção de IVA e a obrigatoriedade de um XXXM em vez do discrimidador XXL?
(Já a seguir: posting "Calorias Zen, em 10 lições sem mestre")