sexta-feira, março 19, 2004

Em mudanças

Estou em mudanças, para um bloguinho de mais simples operação. Se quiserem seguir-me, estou no http://manchinha.blogs.sapo.pt. E gostava de adicionar o endereço dos vossos super interessantes blogues à minha página. Por isso, em querendo, façam o favor. Até já.

Manchinha (moi) http://manchinha.blogs.sapo.pt

sexta-feira, março 05, 2004

Há villas que não são nada boas

Dar às de vila diogo, vilas ou vilões, violões, violações, adopções - é tudo uma questão de opções, pelo menos para alguns vilões e para algumas vilas menos boas.
Convenhamos, nascer numa família de poucas posses, diminuído mental, raquítico ou com qualquer outro defeitosinho menos próprio não é propriamente uma opção. Por que será, então, que nascer senhor ou senhora de uma orientação sexual diferente da socialmente estabelecida, tem de ser uma opção?
Não o sendo para muitos, é-o no entanto para quem, em altos cargos públicos... Corrijam-me se me engano, mas alio sempre esses cargos públicos a uma noção de serviço que parece manifestamente ultrapassada, não fora serem esses mesmos cargos também pagos pelo erário público daqueles sobre quem caem os juízos menos acisados de quem ocupa os ditos.
A um tal Luís me apetece dizer que opção não é viver uma orientação sexual diferente, mas baixar os olhos e não reivindicar uma cidadania de pleno direito por medo de retaliações maiores de luízes menos iluminados que entendem prestar um serviço menor àqueles que também contribuem para pagar as suas contas de electricidade, água e gás ao fim do mês.
Opção é não ser um arrogante detentor da verdade única em cargos que exigem, sobretudo, bom senso, noção dos direitos fundamentais de qualquer ser humano e respeito por todo e qualquer cidadão.
Opção é não fazer aos outros o que não gostaríamos que a nós nos fizessem.
Opção é não abusar de um cargo para debitar irresponsabilidades.
Opção é pintar a cara de preto por ser tão incompreensivelmente inconsciente a ponto de reclamar aleivosias que tão profundo impacte têm sobre pessoas que não escolheram ser o que são e o são, apenas, não devendo por isso envergonhar-se ou achar-se com menos direitos que os outros.
Opção é respeitar as crianças que já vivem e sempre viverão com os seus pais e mães de orientação sexual diversa e que tanto se esforçam, como pais, para o melhor proporcionar aos seus filhos.
Opção é não acicatar a opinião pública com estigmas que tanto pesam sobre essas crianças, que não precisam de ser lembradas, por mais um vilão, que a sua aceitação depende do silêncio que consigam manter sobre a condição dos seus pais e mães.
Opção é não esquecer os filhos de pais e mães de orientação sexual aceite, que sofrem toda a espécie de agressões e violentações psicológicas e físicas durante o seu crescimento e, apesar da nula atenção que merecem aos luízes e outras eminências pardas e autoridades pseudo-zeladoras dos direitos das crianças, sobrevivem como adultos saudáveis, equilibrados e dignos.
Opção é reconhecer que determinados indivíduos têm toda a capacidade para cuidar e educar crianças felizes, independentemente da sua orientação sexual.
Opção é pegar no papel e no lápis e fazer, em público, as contas de quanto recebem determinadas instituições por criança que abrigam e relacionar esses números com a capacidade que as mesmas instituições têm para sobreviver e manter postos de trabalho.
Opção é discutir em público em que medida é que a 'renda' dessas instituições por criança acolhida influi directamente na decisão não permitir que haja 'demasiadas adopções' para garantir a sobrevivência das ditas instituições.
Opção é a decisão de manter o silêncio neste e noutros casos, tomada pelos responsáveis públicos, Governo, deputados e Presidente da República, quando uma questão destas vem a público.
Opção é perpetuar a vilania, a estupidez, a visão mesquinha, o atropelo de direitos, a sobranceria e a falta de princípios pessoais e colectivos.
Opção é atropelar os outros porque são menos, porque estão débeis ou porque têm medo.
Opção é ser luís sem luz, uligão em cargo político e praticar o analfabetismo primário numa posição que exige, senão um super-homem, pelo menos um sensato homem.
A propósito, num país em que os papás heteros são, na generalidade, socialmente incapazes - uma vez que não se exige deles a partilha efectiva de simples tarefas diárias como cuidar dos filhos, cozinhar, lavar a roupa, passar a ferro ou limpar o ranho e o rabiosque das crianças - por que raio de injustiça divina teremos um luís na presidência de uma comissão de adopção?

Oooops! Lá se foram os comentários...

pois, lá se foram mesmo...
por isso, se quiserem, mandem-mos por mail, que eu trato de os publicar.